Thursday, February 22, 2007

Sexta Feira. O meu bem humorado pai (cof) já havia feito o discurso de que a Marginal Tietê ia estar entupida, que a rodoviária ia ser um inferno na Terra, e aquela coisa toda, demonstrando toda a boa vontade em nos levar de mala e cuia para o terminal rodoviário. Respondendo afirmativamente para todos os "Pegou carteira?", "Pegou passagem?", "Pegou documento?", "Pegou câmera?" e todas as outras coisas que deveriam estar nas nossas mochilas, acabamos sendo levados pelo não mais tão mal humorado pai. E a Marginal até que estava tranquila.

Chegando no Terminal Tietê, "Beijo Beijo", "Se cuidem", "Boa viagem", "Liga", e aquela coisa. Adentrando o Terminal, colocando nossos pézinhos na escada rolante, o noivo pergunta: "Minha carteira está com vc, né?". Não, não estava. Ele repete e eu teimo. E não, não estava. Aí começa a confusão. "Acho que caiu do meu colo e escorregou pra baixo do banco do carro do seu pai...". Fodeo. 45 minutos pro ônibus sair. Celular!

E quem disse que alguém atende a porra do celular? O do meu pai, até foi atendido. Pela minha irmã, que estava em casa e que pra nossa felicidade avisou "Ô sua banza, o pai não levou o celular!". Merda. Tenta a mãe, aquela que nunca liga o celular quando sai e por sinal nem sabe o próprio número de celular. Previsivelmente na caixa postal. Ótimo!

"Vou pegar um ônibus correndo pra casa! Vc acha?" Eu não acho droga nenhuma. Em Blumenau, até poderia ser. Com uma certa agilidade, um motorista mais apressado e não parando em todo santo ponto de ônibus, quem sabe conseguiria chegar e voltar em uma meia hr. Mas já faltava menos do que os 45 minutos pro ônibus sair e estamos falando de São Paulo.

O stress começa a aparecer, o tom de voz se altera e as pessoas (ou melhor, eu) ficam fora de si. A idéia de perder 150 reais de bobeira e ainda por cima não passar o tão esperado feriado naquela água límpida e tranquila da Praia da Tainha era insuportável.

Liguei pra irmã em casa e avisei que ficasse de prontidão no portão para imediatamente mandar meu pai voltar de carro até onde ele havia nos deixado. A fúria que seria despertada no homem de pouca paciência aliada ao trânsito que começava a intensificar-se devido ao Carnaval no Sambódromo já me dava calafrios. Mas fazer o que.

Para o desespero oficial do casal, a mãe/sogra chega finalmente em casa e liga avisando que revirou o banco do carro e tudo mais e não encontrou carteira alguma. Fodeo parte II.

Aí a vontade é de pular no pescoço do noivo. Mas tinha gente por perto. Policiais.

"E se vc não esqueceu, e sim perdeu?". E lá vai ele procurar nos cantos próximo a onde descemos, ainda felizes e já nos imaginando boiando de roupa de banho naquele mar azul. Não achou, e aquele balãozinho de pensamento praiano havia se transformado numa prévia do que ia acontecer com o lindo pescocinho do noivo... Passou, passou.

"Pergunta pro policial!". Pra nossa sorte - e pra sorte do pescocinho do noivo - meu pai havia nos deixado exatamente frente a uma viatura da policia, estacionada frente ao Terminal. Ao perguntar para o policial da carteira, o noivo ouviu um "A gente achou..." que só não deu mais alívio do que um "Menstruei" depois de três semanas de atraso.

Os benditos homens haviam estacionado a viatura e ao descer do carro deram de cara - ou melhor, de pé, pq tava no chão - com a carteira, abandonada a deus dará.

Depois de quase convidar os policiais para virem junto pra praia de tamanho alívio e gratidão, corremos feito quenianos tomando energéticos com ecstasy rumo ao tal policial que se encontrava em posse da carteira. Era fácil identificar o casal desespero no meio de tanta gente na rodoviária e logo os policiais nos entregaram, com tudo dentro, a carteira.

Faltava pouco menos de 15 minutos pro ônibus sair. E o jeito era tomar uma lata, daquelas de 450ml, de cerveja bem gelada pra acalmar os ânimos. O "Vou te matar!" proferido pelo demônio de saia e TPM (vulgo eu) agora fora substituído pelo carinhoso "Te amo viu..." de vozinha infantil e beijinho esmagado (já falei que sou eu também?).

Depois do devido conselho da mãe/sogra, "Manda ele amarrar essa carteira no pescoço agora!" e da cerveja, estávamos os dois sentados nas poltronas desconfortáveis do Convencional, prestes a enfrentrar 15 horas e meia para chegar na praia e encontrar um pouquinho de paz depois de tamanho desespero e insinuação de homicídio.

3 Comments:

Blogger fer said...

Adoro historias com final feliz!

E só pra ter certeza, o noivo continua sendo o leandro né, agora “noivo” virou pseudônimo...e isso que antes vc o chamava de marido...vai entender vcs...criaturinhas!

Gostei bastante da visita relâmpago de vcs ok!

10:54 AM  
Blogger Café Casual said...

Rabudos!!!

6:35 AM  
Blogger Gica Trierweiler Yabu said...

ahahahahahaha

5:38 PM  

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