Wednesday, January 28, 2009

Sensibilidade em cor pastel.



É inevitável encontrar um pedacinho de si mesmo ou de seus relacionamentos nos desenhos do jovem artista norte-americano Kurt Halsey Frederiksen. Eles retratam com tanta simplicidade as coisas que por vezes passam despercebidas aos nossos cômodos olhos que fica fácil esboçar um sorriso ao se deparar com determinada situação. Fui descobrir os traços do artista no início de meu namoro, ao ser presenteada com um CD que trazia na capa um de seus desenhos.

Formado na Escola de Arte e Design de Minneapolis em 2000, Kurt usa como fonte de inspiração seus neuróticos pensamentos e seu próprio relacionamento. Sua musa e companheira pode ser vista em várias de suas obras. E é na companhia desta e de dois felinos que Halsey trabalha em seu estúdio em Detroit.

Com lápis em punho desde que se conhece por gente, Kurt teve o incentivo de seu avô, que trazia de seu emprego em desenho industrial rolos de papel para que o futuro desenhista exercitasse sua imaginação durante toda a sua infância. Então ele cresceu e certo de sua afinidade com a arte, estudou no Instituto de Arte e Design de Milwaukee. Não durou muito, já que era constantemente – e negativamente – questionado sobre seu peculiar modo de desenhar. “Eu imaginava porque eles não perguntavam às outras pessoas porque eles estavam desenhando realisticamente, porque eles estavam tentando fazer uma réplica de uma fotografia ou paisagem em uma superfície de duas dimensões e qual era o sentido de fazer isso, quando nós já tínhamos os dois, fotografia e realidade?”, justifica Halsey. Depois de um semestre de incompreensão, decidiu ir para a Escola de Arte de Design de Minneapolis, onde se formou e teve o apoio dos educadores para deixar crescer naturalmente seu dom para os cartoons.

Atualmente morando em Detroit, o artista em seus trinta e poucos anos, admite que hoje em dia não é nada fácil um artista viver de sua arte. Sendo um full-time artist, Kurt obtém 90% de seus lucros com a venda de desenhos e pôsteres em seu site e, às vezes, de bolsas, camisetas e outros objetos que ele próprio desenha. Reconhece que para um artista vender seu trabalho para as pessoas que realmente apreciam, é necessário vender por um preço razoável. “Vender em uma galeria é quase como se você pagasse para mostrar seu trabalho”, acrescenta Halsey.

Dono de uma linguagem própria que traz um sentimentalismo carregado, o artista faz rostos sem bocas e expressões tristes de cor pastel ganharem vida em meio às frases esparramadas pelos seus desenhos. A delicadeza dos sentimentos é retratada em traços suaves e rostos melancólicos, que dizem tanto do que é sentir, do que é ser humano. Ele consegue transpor no papel – ou qualquer outro tipo de material que costuma usar – nosso medo de um coração partido, nossa saudade sufocada, nosso desespero existencial da maneira mais doce que se pode fazer. Suas obras são um mergulho no detalhe, um afogamento na simplicidade entre duas pessoas. Naquele elo estranho de amor e ódio que faz dois corações baterem pelo mesmo motivo.

No site www.kurthalsey.com você pode passear nos traços desse grande artista e conhecer um pouco mais de seu trabalho.




2 Comments:

Blogger Mateus Rolim: said...

muito bom o texto
bjo

7:34 AM  
Blogger Leandro Pimentel said...

Achei foda essa matéria que vc escreveu sobre o trabalho dele mor...
:**

4:41 AM  

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